O momento indica o fim do verão, o que remete a escassez de pastagens e ocorre a transição para uma dieta mais energética, utilizando volumoso ensilado e muitas vezes uma carga maior de concentrado.
O que é eficiência alimentar?
A eficiência alimentar, é um parâmetro essencial para medir quanto de alimento ingerido foi transformado em leite e é especialmente importante nesse momento, já que o custo com a dieta geralmente se eleva.
Seria como pensarmos na autonomia de um carro. Com 1L de combustível, quantos quilômetros meu carro faz? Quantos litros de leite a vaca produz consumindo 1 Kg de matéria seca da dieta?
No entanto, a alimentação fornecida ainda é o principal elemento a ser analisado no caso de transição de dietas entre estações. Como seu custo é alto para os produtores, é necessário entender melhor sobre tal parâmetro.
De acordo com os estudos, essa tendência sempre crescente está atrelada ao melhoramento genético na seleção de animais eficientes, com o objetivo de aumentar a produção de leite. Com esse aumento, observou-se uma melhora na conversão alimentar, chamada também de eficiência alimentar - Feed Efficiency.
Vários fatores contribuem para uma melhor eficiência alimentar ou conversão. Esses fatores podem ser: conforto, saúde dos animais, dias em lactação (DEL), padrão racial, etc,uma vez que animais com baixa aptidão leiteira, por exemplo, farão um menor aproveitamento da a dieta para transformar em leite.
Com um DEL (dias em lactação ou tempo de pós parto) mais baixo, o ideal é focar numa dieta mais energética e proteica visando a recuperação pós-parto, aumento do tamanho ruminal com a involução uterina e sair do déficit calórico comum no início da gestação. Pense nessa estratégia nos primeiros 2 meses de lactação em que a vaca apresenta uma tendência ao emagrecimento (diminuição do escore corporal).
Logo após, já no terço médio de lactação, podemos repensar fornecendo uma dieta mais fibrosa com menos exigências de proteína e energia. No terço final, a vaca apresenta um ganho de condição corporal e o ideal é fornecer uma dieta mais rica em volumoso, pois o animal nesse momento tende a ganhar peso especialmente se estiver vazia ou tiver demorado muito a emprenhar. Nessa perspectiva, é como se o organismo não entendesse o momento fisiológico de já não ter um bezerro para alimentar nem ter outro a caminho, então a vaca tem uma tendência a engordar para um possível momento de escassez.
Vacas com DEL muito avançado em torno de 160- 200 dias por exemplo e em gestação mais avançada irão utilizar mais nutrientes para o bezerro do que para o leite já que contam com um número de células produtoras de leite muito menor do que no início ou pico de lactação.
Por isso, é tão importante o foco na inseminação o mais cedo possível para que essa vaca se mantenha com boa produção até o final da lactação e assim, seguir para ter seu próximo parto. Esse é o grande segredo de não ter vacas gordas no rebanho, mas falaremos sobre isso em um próximo artigo.
Em síntese, observa-se que durante o período de lactação as exigências vão sendo modificadas e isso impacta diretamente na eficiência alimentar dos animais.
Diante do exposto, reafirma-se a importância de compreender o que cada fase nos diz para poder fornecer uma dieta correta e que atende os níveis esperados.