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Silagem de Colostro

Introdução

 

A silagem de colostro bovino é uma técnica emergente que tem atraído a atenção de muitos pesquisadores e produtores rurais. O colostro, sendo o primeiro leite produzido após o parto, é vital para os bezerros recém-nascidos, pois serve como fonte nutricional e para transferência de imunidade passiva. No entanto, quando a produção de colostro excede a capacidade de ingestão da bezerra, o excedente pode ser usado como substituto do leite. Uma das formas de utilização é através da fermentação anaeróbica, produzindo a silagem de colostro.

 

Desenvolvimento

 

A pesquisa realizada por Mara Helena Saalfeld na Universidade Federal de Pelotas em 2013 buscou avaliar as características físico-químicas, microbiológicas e imunológicas da silagem de colostro. O estudo também investigou a viabilidade de sua utilização como suplemento nutricional em alimentação animal e para consumo humano.

 

Metodologia

 

Durante o período de 2009 a 2012, foram isoladas bactérias ácido-láticas (BAL) de amostras de silagem de colostro produzidas conforme a metodologia proposta por Saalfeld (2008). A caracterização das BAL considerou a morfologia celular, reação tintorial à coloração de Gram e prova de catalase. Posteriormente, 60 cepas foram selecionadas para amplificação e sequenciamento parcial da região 16S rDNA. A extração do DNA foi realizada pelo método de pérolas de vidro, conforme descrito por Sambrook (2001).

 

Por que usar

 

A silagem de colostro é uma forma de conservar o colostro excedente, transformando-o em um produto fermentado. Este produto conservado mantém muitos dos benefícios nutricionais e imunológicos do colostro fresco e pode ser usado tanto na alimentação animal quanto na humana.

 

Resultados

 

v  A análise centesimal mostrou que o colostro tem mais nutrientes que o leite e que a silagem de colostro manteve esses nutrientes, especialmente proteínas, matéria seca e gordura.

v  A avaliação microbiológica revelou que, após 21 dias de fermentação, bactérias patogênicas não foram mais detectadas, mas bactérias ácido-láticas permaneceram viáveis.

v  A silagem de colostro manteve imunoglobulinas viáveis após 12 meses de armazenamento.

v  Foi possível produzir alimentos, como bebida láctea e manteiga, a partir da silagem de colostro, com uma aprovação sensorial de 85%.

 

Considerações Finais

 

A silagem de colostro bovino apresenta-se como uma alternativa promissora para o aproveitamento do colostro excedente nas propriedades rurais. Além de seu alto valor nutricional, a silagem de colostro é microbiologicamente segura e possui potencial imunológico. No entanto, para sua utilização na alimentação humana, são necessárias adequações à legislação vigente.

 

Conceitos Abordados

 

v  Colostro: É o primeiro leite produzido pela vaca após o parto. Rico em nutrientes e anticorpos, é essencial para a imunidade inicial dos bezerros recém-nascidos.

 

v  Silagem: Processo de conservação de forragens e outros alimentos para animais através da fermentação anaeróbica. No contexto deste estudo, refere-se à conservação do colostro através da fermentação.

 

v  Bactérias Ácido-Láticas (BAL): Grupo de bactérias que fermentam açúcares produzindo ácido lático como principal produto final. São essenciais na produção de alimentos fermentados, como iogurte e queijo.

 

v  Imunoglobulinas: Também conhecidas como anticorpos, são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para combater patógenos. O colostro é rico em imunoglobulinas, que são transferidas para o bezerro, proporcionando imunidade passiva.

 

 

Referências

 

SAALFELD, Mara Helena. Silagem de colostro bovino: propriedades e potencialidades de usos. Universidade Federal de Pelotas, 2013.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Disponível em: http://www.agais.com/normas/riispoa/riispoa_titulo8a.pdf. Acesso em 08 ago 2012.

BEHMER, M. L. A. Tecnologia do leite: queijo, manteiga, caseína, iogurte, sorvetes e instalações: produção, industrialização, análise. 13. ed. São Paulo: No

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